50 anos da Revolução dos Cravos, derrubada de uma das ditaduras mais longas da Europa do século XX

  • 25/04/2024
(Foto: Reprodução)
O ditador António Salazar liderou Portugal por quase quatro décadas. Sob o lema Deus, Pátria e Família, o governo dele censurava a imprensa e perseguia opositores políticos com o apoio da Polícia Internacional e de Defesa do Estado, que torturava e matava. 50 anos da Revolução dos Cravos, derrubada de uma das ditaduras mais longas da Europa do século XX Há 50 anos, os portugueses derrubavam uma das ditaduras mais longas do século XX na Europa. A revolução chegou a Portugal com um toque de poesia. Como símbolo tinha uma flor, o cravo. "Abre a tampa da panela de pressão que era a sociedade portuguesa, que explode em um imenso movimento de esperança, de protesto, de reclamação de justiça", explica o historiador Fernando Rosas. A ditadura portuguesa de 48 anos foi desafiada e vencida pela população com a ajuda de militares de baixa patente. Eram os chamados "capitães de abril". "Uma das coisas que nos movia muito era a nossa convicção de que estávamos a fazer o que a população queria que nós fizéssemos: derrubar a ditadura, terminar a guerra", relembra um desses militares, Vasco Lourenço. O ditador António de Oliveira Salazar JN O ditador António de Oliveira Salazar liderou Portugal por quase quatro décadas. Sob o lema Deus, Pátria e Família, o governo dele censurava a imprensa e perseguia opositores políticos com o apoio da PIDE - Polícia Internacional e de Defesa do Estado -, que torturava e matava. "É um regime ditatorial, de partido único, proibição dos partidos, proibição dos sindicatos livres, proibição do direito à greve. Um regime de opressão política, de exploração econômica", enumera Fernando Rosas. LEIA TAMBÉM: Revolução dos Cravos: o campo de concentração usado pela ditadura salazarista contra adversários do regime Lula evita ir a Portugal para os 50 anos da Revolução dos Cravos, mas vai celebrar com embaixador em Brasília "As mulheres antes do 25 de abril não podiam sair do país sem autorização do marido ou do pai", conta a cientista política Maria Castello Branco. "Não podiam vender, não podiam comprar uma casa sozinhas", diz a jornalista Inês Serra Lopes. "Havia profissões que estavam vedadas às mulheres, por exemplo, o acesso a cargos de magistratura ou à carreira diplomática", destaca a historiadora Maria Inácia Rezola. A luta pela independência das colônias minou o regime. De 1961 até 1974, cerca de 20% do orçamento do país foram gastos na guerra colonial; 45 mil civis e soldados dos países africanos e 10 mil militares portugueses morreram. A Revolução dos Cravos significou também o fim do mais antigo império colonial europeu, de quase seis séculos. Foi no quartel do Largo do Carmo que o herdeiro do salazarismo Marcello Caetano se rendeu menos de 24 horas depois do início do golpe, chamado de revolução por ter sido abraçado pelo povo, que distribuiu cravos aos soldados. Nascia assim, naquele 25 de abril, 50 anos atrás, a democracia portuguesa. Imagens de 25 de abril, da Revolução dos Cravos JN A senha para os capitães saírem dos quartéis foi uma música. "A população sente que pode, com as suas próprias mãos, moldar o seu destino. Isso é uma coisa absolutamente extraordinária", exalta Fernando Rosas. "Ninguém dormia em Portugal. A alegria era tanta... Você imagina, 40 anos de ditadura, tudo fechado. De repente os portugueses se veem assim, usufruindo a liberdade", conta o jornalista Roberto D’ávila. Uma Assembleia Constituinte aprovou uma nova Constituição em 1976. Ela entrou em vigor em 25 de abril, no segundo aniversário da Revolução dos Cravos. "Todas as sondagens de opinião dão conta que, para os portugueses, o 25 de abril continua a ser a data mais importante da sua história e que, para todos, sobretudo para os mais jovens, a forma como Portugal fez a passagem da ditadura para a democracia é uma fonte de orgulho", afirma Maria Inácia Rezola. Há 50 anos, abril rima com festa para os portugueses. Desta vez, uma comemoração especial. Na cerimônia do Parlamento, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa fez um apelo: "Que tenhamos a humildade e a inteligência de preferir sempre a democracia, mesmo imperfeita, à ditadura". Milhares de pessoas, de todas as idades, foram para rua acompanhar os desfiles. Uma portuguesa descreveu a emoção que sentiu: "Imensa pela liberdade que nós conquistamos, mas temos saber defender muito bem" "Tive a sorte de nascer já na democracia, mas acho que é importante manifestarmo-nos neste momento para que não voltemos atrás. O caminho tem que ser sempre pra frente", completou outra.

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/04/25/50-anos-da-revolucao-dos-cravos-derrubada-de-uma-das-ditaduras-mais-longas-da-europa-do-seculo-xx.ghtml


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